segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A igreja no salão da ISAM...


Após o sismo de 9 de Julho de 1998, o Salão da Irmandade de Santo António do Monte serviu de Centro de Culto...

Crédito da Foto: Salão da Irmandade de Santo António do Monte - ano e autor desconhecido

domingo, 20 de dezembro de 2015

ah pois é! o Pocinho já foi assim...


Antigamente o Pocinho era assim e foi certamente neste Pocinho que desembarcaram uns senhores faialenses, que estando veraneando na Areia Larga, foram de barco até ao Monte, no Domingo, dia 21 de Agosto de 1904, para assistir aos festejos em honra a Santo António...


Jornal "O Telegrapho" n.º 3208 de 31-08-1904

CHRONICA LIGIERA

Cousas do Pico

"Nós, amigos e patricios, que estamos passando o verão na Areia Larga, fomos no domingo da festa do Monte, por mar, gosar o grande arraial.

Excusado é dizer que estava uma tarde lindissima, serena sem uma nuvem a toldar o azul christalino dos espaços, sem uma brisa a crespar o estanho faiscante das águas. O Pico estava todo descoberto, attrahente na magestade da sua nudez e o Fayal, em frente, mostrava todo o illusivo explendor da sua cidade, a rir em volta da curva graciosa do seu porto farto de luz e velas.

A bordo conversou-se animadamente, enquanto os remos iam mergulhando no mar, arrancando-lhe uma floreação de espumas que em breve se sumiam como flocos de neve em água quente.

Falou-se de sciencia, da grande molestia das vinhas que se avistavam, Pico acima, sumidas por entre as paredes numa tristeza doentia; da magna salubridade do clima; do vulcanismo nos Açores; de cousas serias e profundas que deixavam os marinheiros pasmados numa attenção bruta de ignorantes.

O Forjaz recostava-se imponente, fechava um olho como que para enchergar melhor a reminiscencia do seu cerebro, estendia a mão fora da lancha num gesto amplo de orador e dizia que aquilo estava lindo.

Effectivamente. A costa proxima tinha ás vezes bocados encantadores. O sol ia a tombar na curva do poente estendendo pelas aguas um lençol diamantino ondulante de brilhos.

E o sr. Lacerda algo enjoadote...

Para alem, sobre a baixa, avistavam-se as nodoas negras de dois ou tres barcos que pescavam socegadamente.

E a proposito falou-se da pesca dos bonitos, para lá da baixa ainda, muito longe.

Vinha anno que todo aquelle mar parecia coalhado de peixe que saltava faminto um sobre o outro, num cardume basto e buliçoso.

De todos os pontos do Pico e do Fayal saiam barcos á pesca dos bonitos, para aquellas paragens. Uns – ou mais sorte, ou mais arte – enchiam-se rapidamente. O peixe juntava-se em borbotão em volta delles a ponto de muitas vezes se apanhar muito bonito em seco, a saltar sobre os outros, tal era a fartura.

E o sr. Rocha a fumar...

Depois ou fosse inveja ou máo fim havia barquinho que depois de cheio deitava ao mar dois ou tres bonitos já pescados, peixes que iam alarmar o cardume pondo-o em debandada. Isto era peor que um tiro de dinamite. Os bonitos sumiam-se e naquele dia nem escamas delles apareciam. Resultaram odios bem fundados, vinganças naturaes de pescadores menos felizes. E começaram de levar os barquinhos bem fornecidos de pedras e cascalho roliço como bolas, espetos, varapaus, cousas do inimigo. Iam preparados.

E logo que viam lançar dalgumas embarcações peixe ao mar, começavam de apedrejar o bote doidamente, corriam sobre elle num berreiro de cafres.

E ali, sobre o mar, isolados, travavam então serios conflictos. Era e é a sua justiça natural. Algumas vezes o barco alvejado deita vela, arma remos e põe-se a caminho do porto. E os outros vão-lhe no encalço, apupando-os e correndo-os á pedrada.

E chamam a isto enxotar a praga.

Tinhamos chegado. Desembarcamos no Pocinho, sobre a rocha, no caes natural dum grande pedregulho.

Eram cinco e tanto.

O Forjaz fez questão sobre a regularidade do seu relogio,... de mais tinha observado a passagem do sol no meridiano... era o mesmo que um chronometro...

A maré estava seca e a costa toda nua d’aguas mostrava ao sol as brancuras calcareas das suas pedras donde caiam cabeleiras rôxas de sargaços, escorrimentos verdes de algas todas lambidas pelo sol poente. O povoamento fechado entre montes estava abandonado e triste.

Caminhamos, costa acima, espalhados, saltando calhaus.

Um burro, animal de grande valia pela estimação, zurrou, e a sua voz eccoou pelos montes silenciosos, numa saudação de asno. Sobre uma parede um cão ladrava cavernosamente, como se estivesse defendendo a entrada num navio abandonado. Sobre o balcão do sr. Laranjo jaziam esquecidos um tratado de vinicultura que uma pequena brisa folheava sonoramente e dois pares d’oculos onde o sol punha scintilações diamantinas. A uma porta dormitava uma grammatica de ortografia sonica escorraçada do lar como livro atheu da banca dum sacerdote.

Era o Pocinho! Que pasmaceira!

Caminhamos pela longa canada que vae até ao Monte. Ahi nada de notavel a não serem os riscos fundos do motocyclo do sr. Laranjo e as marcas visiveis dos butes (botas, botins) dum illustre cavalheiro que andara toda a manhã rua abaixo, rua acima alucinado com incerteza duma lesão adquirida.

Em cima foi o arraial onde uma musica tocou o que ninguem se lembrou de ouvir."

João Singelo

Crédito da Foto: Salão da Irmandade de Santo António do Monte - ano e autor desconhecido.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Procissão de Santo António do Monte...


Procissão de Santo António do Monte a chegar à igreja, possivelmente a 18 de Agosto de 1929...

- a imagem de Santo António do Monte está no que se julga ser, o andor emprestado de Nossa Senhora das Candeias;

- nesta foto pode-se ver a porta que daria acesso à torre Norte, caso a mesma tivesse sido construída;

- no frontispício da igreja ainda não está a inscrição 1901;

- a construção da torre Sul ainda não tinha sido iniciada.

Crédito da Foto: Salão da Irmandade de Santo António do Monte - ano e autor desconhecido.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Procissão de Santo António do Monte...


Procissão de Santo António do Monte chegando ao lugar do império, possivelmente a 18 de Agosto de 1929, sendo esta a primeira vez que a nova imagem de Santo António percorreu as ruas do Monte...

- o jornal "O Telégrafo" n.º 9.280 de 19 de Agosto de 1929, noticiava o seguinte:
"Apezar do tempo, foi bastante concorrida a festa de Santo António, realizada ontem na ermida do Monte, Candelária do Pico. Pela primeira vez foi exposta à veneração uma grande e bonita imagem daquele Santo";

- a acta da sessão de 01-01-1929 da ISAM relata o seguinte:
"No dia primeiro do mez de Janeiro do ano de mil e novecentos e vinte e nove nesta freguesia da Candelária e na sala das sessões da Confraria de Santo Antonio se reuniu a meza administrativa da mesma sob a presidencia do respectivo Mordomo José Francisco da Costa...
...foi oferecida uma imagem de Santo Antonio de um metro e quarenta centímetros de altura, para a Ermida desta confraria, a qual foi obtida pelo produto de muitas esmolas pedidas por Maria da Conceição Dias Garcia e por seu intermédio...";

- nesta foto vê-se o pároco de então, Pe. João Vieira Xavier Madruga, que paroquiou na Candelária nos anos de 1928 a 1936;

- distingue-se também o Irmão Manoel Rodrigues Dias (o de barbas brancas) e os demais Irmãos eleitos para a Mesa Administrativa desse ano Jose Francisco da Costa (Mordomo), Manoel Garcia da Rosa, Antonio Francisco da Silveira, Henrique Rodrigues Dias, Antonio Pereira da Rosa e o secretário Tomaz da Rosa Pereira;

- a imagem de Santo António do Monte está no que se julga ser, o andor emprestado de Nossa Senhora das Candeias;

- vê-se também um arco feito de verduras e o caminho que sendo de terra nessa altura, era também muito estreito.

Crédito da Foto: Salão da Irmandade de Santo António do Monte - autor desconhecido.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Igreja de Santo António do Monte em construção...

Igreja de Santo António do Monte em construção e arraial da festa de Santo António
- nota-se que a festa era muito concorrida, com a presença da população do Monte, dos ricos proprietários do Faial, suas famílias, bem como de forasteiros das freguesias vizinhas;

- nesta foto pode-se ver na parede do lado Norte da igreja o púlpito (hoje desaparecido) e que foi adquirido por José Augusto de Sequeira, aquando do desmantelamento da igreja do Convento da Glória da cidade da Horta, bem como o arco da Capela-mor da mesma igreja;

- vêm-se também dois antigos nichos anteriores aos actuais altares laterais;

- debaixo do arco da Capela-mor há um palanque onde parece estar uma filarmónica a actuar;

- aspecto também curioso são as hortas do Cabeço das Casas e Cabeço Neves todas cultivadas.

Crédito da Foto: Salão da Irmandade de Santo António do Monte - ano e autor desconhecido.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

domingo, 13 de dezembro de 2015

sábado, 12 de dezembro de 2015

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015