Este é um blog sobre o aprazível lugar do Monte da ilha do Pico, sua história e seus acontecimentos. O lugar do Monte é um povoado de gentes muito acolhedoras, simpáticas e trabalhadoras. Esta é uma aldeia da freguesia de Candelária e dista do centro da mesma cerca de 3 km. O Monte é também conhecido por Aldeia do Monte, Curato de Santo António - Monte, comunidade de Santo António do Monte, Calhau da Madalena ou simplesmente por lugar do Monte. ah pois é! no Monte é assim...
domingo, 29 de março de 2015
terça-feira, 10 de março de 2015
o movimentado Porto do Calhau - o "CAPRICHO"...
Barcos H50PS "Boa Fé" e H13PS "Capricho" |
Notícias publicadas no Jornal “O Telegrapho” em Setembro de 1904, sobre o barco do porto do Calhau, “Capricho - H13PS”, construído em 1894, propriedade de José Augusto de Sequeira, abastado proprietário faialense de vinhas e casa no lugar do Calhau - Monte, e que num dia de mau tempo ao navegar para o Faial, rompeu as velas e partiu os mastros, tendo que ser rebocado para o porto de São Mateus.
- O Telegrapho de 26 de Setembro de 1904
“NAUFRAGIO DO «CAPRICHO»
São Matheus, 25.
Hoje foi esta freguesia alarmada com o naufrago do barco «Capricho», que aportou a esta freguesia, completamente desarvorado, rebocado por seis embarcações de pesca, sendo quatro do nosso porto e duas do Guindaste. O barco seguia de manhã do Calhau para o Fayal, e sendo açoitado rijamente, quebraram-se-lhe os apparelhos do «traquete», vendo-se obrigado a arribar sob os impetos de um vento furioso.
N’uma carreira desordenada e de difficil manobra, só com a «vela», não poude alcançar o Calhau, e continuou viagem para São Matheus.
Na sua passagem pelo Guindaste o vento rasgou-lhe o unico panno, deixando os pobres naufragos n’uma situação perigosa.
O desanimo dominou parte da tripulação, que se considerava perdida, e extenuada da fadiga de continuo remar, sem resultado; e o «Capricho» sempre envolvido no furacão afastava-se cada vez mais da costa.
Foi então que do Guindaste avistaram o barco em perigo, arriando dois barcos que atracaram ao «Capricho» não conseguindo mesmo assim apezar do magnifico esforço vencer a furia do vento.
Do porto d’esta freguesia sairam tambem quatro barcos conseguindo então o reboque, não sem difficuldade, até aqui.
No barco seguiam para o Fayal os srs. Jayme Lemos e Luiz Goulart da Costa, tres mulheres d’esta freguesia e o 2.º cabo de caçadores reservista Antonio Pinheiro.
Este pobre rapaz, na occasião em que rebentou a escota da «vela» foi attingido no rosto por um moitão que lhe fez uma grande ferida, quebrando-lhe dois dentes.
Ao nosso porto acudiram centenares de pessoas entre as quaes os srs. Augusto Linhares, Pires Taborda, e José Sequeira.
Julius”
- O Telegrapho de 28 de Setembro de 1904
“CAPRICHO
Recebemos de um nosso assignante o seguinte:
O barco Capricho que no dia 25 do corrente foi forçado a arribar ao porto de S. Matheus e que o seu correspondente d’aquella localidade noticiou no Telegrapho de 26, com a emocionante epigraphe Naufragio (sic) seguiu, hontem 27, d’aquelle porto pelo Guindaste, d’onde trouxe para o Fayal o sr. Augusto Cesar de Sá Linhares e ex.ma Familia; e na tarde do mesmo dia veio trazer a familia do seu proprietario, não tendo seguido no dia seguinte ao do Naufragio, por o tempo ainda estar duvidoso.
Este barco depois da sua arribada, esteve á falla em frente ao seu porto, e não podendo entrar, seguiu para S. Matheus, por ser este o porto mais proximo ao Sul, tendo desde o «Castellete» até ao referido porto sido rebocado por barcos do Guindaste e S. Matheus.”
Foto: ano e autor desconhecido
Crédito da foto: http://portodamadalena.blogspot.pt/2010/12/album-fotografico-porto-do-calhau.html
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