Este é um blog sobre o aprazível lugar do Monte da ilha do Pico, sua história e seus acontecimentos. O lugar do Monte é um povoado de gentes muito acolhedoras, simpáticas e trabalhadoras. Esta é uma aldeia da freguesia de Candelária e dista do centro da mesma cerca de 3 km. O Monte é também conhecido por Aldeia do Monte, Curato de Santo António - Monte, comunidade de Santo António do Monte, Calhau da Madalena ou simplesmente por lugar do Monte. ah pois é! no Monte é assim...
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
domingo, 14 de agosto de 2016
14-08-2016 - FESTA DE SANTO ANTÓNIO 2016 – MONTE
De 14 a 21 de Agosto, realizam-se no muito aprazível lugar do Monte, os festejos em honra de Santo António.
Esta festa teve a sua origem na grande fé dos marítimos do Porto do Calhau em Santo António, em especial dos marinheiros do barco do Pico “Capricho”.
Durante muitos anos e por não haver templo no lugar do Monte, a festa foi realizada pelo povo desta aldeia na igreja paroquial de Nossa Senhora das Candeias, freguesia de Candelária.
Há 114 anos foi fundada a Irmandade de Santo António do Monte e no Domingo, dia 17 de Agosto de 1902, após a missa na Candelária em honra a Santo António, a procissão dirigiu-se para o povoado do Monte, onde percorreu as suas ruas recolhendo imensas ofertas, tendo terminado no terreno que havia sido ofertado para a construção da Ermida da referida Irmandade. Chegados aí, realizou-se nesse terreno o primeiro arraial em honra a Santo António no Monte.
Sendo esta aldeia do Monte conhecida pela capacidade do seu povo, após as trabalhosas actividades laborais terem ainda grande capacidade e motivação para a realização de vários eventos e festividades, eis que após decorridas as tradicionais arrematações do 1.º de Janeiro, do desfile de Carnaval, da muito original festa do 1.º de Maio, dos festejos do Divino Espírito Santo, do São João do Pocinho, do Império de São Francisco e de outros eventos do calendário religioso e profano, chega a vez da realização da festa do seu Padroeiro Santo António.
Este ano o programa da festa contará com muita e diferenciada animação. Do programa destacam-se:
De 14 a 20 de Agosto – Septenário pelas 20h. Nos dias 14 e 15 a Eucaristia será às 11h15.
No dia 18, finalizado o Septenário haverá Sarau Cultural na Igreja do Monte com Recital de Canto pelo Barítono Fábio Silveira e o lançamento do livro “…e da lava brotou o pão”, da autoria de João Madruga Ávila. No Jardim Municipal do Monte seguir-se-ão as actuações dos Grupos Folclóricos das Casas do Povo de Candelária e da Criação Velha. A noite terminará com Chamarritas.
No dia 19 e após o Septenário, o serão iniciará com a actuação do Grupo Folclórico da Casa do Povo de São Caetano, seguindo-se a “Noite de Marchas” com a participação da Marcha Oficial da Festa de Santa Maria Madalena, Marcha da EB Secundária de São Roque, Marcha Oficial do Cais Agosto, Marcha de Nossa Senhora da Boa Viagem e da Marcha Oficial de Santo António do Monte. A noite terminará com a actuação do agrupamento “Só Forró” da ilha Terceira.
No dia 20, haverá pelas 16h “Sunset Music” na zona balnear do Pocinho e a seguir ao Septenário será a vez da actuação da Filarmónica “União e Progresso Madalense”, seguindo-se as actuações dos agrupamentos “Rock It” da ilha do Faial e dos “Best Youth” do Porto.
No Domingo dia 21 pelas 15h, nova toponímia será colocada no cruzamento da Estrada Regional com o caminho do Pé-do-Monte. Pelas 16h haverá a realização da Solene Eucaristia, seguida de Procissão. Após a procissão, realizam-se concertos pelas filarmónicas “Lira de São Mateus” e “Lira Madalense”. Os festejos encerrarão com a actuação do bem conhecido agrupamento picoense “Ronda das Nove”.
Por tudo isto, vale bem ir ao Monte desfrutar deste programa, dos bons e apetitosos petiscos, do afamado arroz-doce, bem como tentar a sorte na muito animada e recheada quermesse.
Mário JC Laranjo
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
quinta-feira, 16 de junho de 2016
16-06-2016 - José Armando Fonte de Sousa, in memoriam…
Artigo publicado no “Jornal do Pico” e jornal “Ilha Maior” nas edições de 17 de Junho de 2016.
Filho de José Vieira de Sousa Júnior, trabalhador rural e de Maria da Conceição da Fonte, doméstica, José Armando Fonte de Sousa nasceu a 23 de Agosto de 1957 no lugar do Monte, freguesia de Candelária do Pico. Era neto paterno de José Vieira de Sousa (Ramona) e de Maria da Glória Ferreira e neto materno de Manuel Inácio da Fonte e de Maria da Conceição Pereira. Foi baptizado no dia 1 de Setembro de 1957, sendo seus padrinhos Manuel Inácio da Fonte e Maria do Carmo Sousa.
José Armando cresceu no ambiente de uma pequena aldeia de gentes simples, muito trabalhadoras, que repartiam o tempo entre o amanho das terras, a criação de animais, a pesca e que tiravam a maioria do seu sustendo das vinhas e figueiras que medravam na rude lava negra. Viveu no seio de uma família de fé, muito crente no seu padroeiro Santo António. Em sua casa a música estava sempre presente, seu pai e avô eram grandes cantadores e habilidosos tocadores e foi certamente esta ambiência, que contribuiu para a formação da personalidade sã e sabedora de José Armando.
José Armando era dotado de inteligência rara, deixou a sua marca por onde passou e em quem com ele conviveu. Amava a sua Terra e empenhou-se em prol das tradições da sua aldeia, freguesia, concelho e da ilha. Dedicou-se aos órgãos autárquicos e cooperativos, à sua Igreja de Santo António e Irmandade, à catequese, ao teatro, à música, tunas e coros, ao folclore, ao escutismo, à poesia, às crónicas e contos, à história, ao ensino e às explicações, à rádio, aos jornais e sobretudo à juventude.
Era grande a sua paixão pela juventude, «andava sempre rodeado de jovens» - recordam os seus antigos alunos. Foi fundador e animador de variados movimentos associativos juvenis, tendo participado na organização de diversas sessões culturais e encontros de juventude.
Sendo um homem da rádio, das letras, do teatro e da música, José Armando foi coordenador e locutor da efémera rádio (pirata) da associação Juventude Progressista do Monte. Durante largos anos a sua voz foi ouvida semanalmente na Rádio Pico na sua rubrica intitulada “Crónicas da Ilha Maior” e na Rádio Montanha. Os jornais do Pico e do Faial, bem como os boletins associativos, escolares e paroquiais, publicavam escritos seus com alguma regularidade.
Foi ensaísta, escreveu cerca de uma centena de sonetos, bem como crónicas, contos, peças de teatro, jograis, letras para ranchos e tunas, etc. “Pirata do Monte” era seu o pseudónimo. Com o apoio do FAOJ (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis) foi um dos impulsionadores da biblioteca do Salão do Monte, com um número considerável de livros. Foi tocador de bandolim e apresentador do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Candelária e era o bem conhecido homem do microfone nas festas do 1.º de Maio do Monte e nas de Santo António.
Foi um destacado animador e agitador sociocultural. Era de esquerda, foi mal-entendido, preterido e até expulso, mas lutou pelos seus ideais. Foi autodidacta, estudou e singrou. Fez a instrução primária na Escola do Monte, estudou no Externato Particular da Madalena e concluiu os estudos liceais como aluno externo no Liceu da Horta. Foi professor nas escolas EB 2,3/S de São Roque do Pico e das Lajes do Pico e frequentava um curso de Licenciatura em Estudos Portugueses na Universidade Aberta.
Seu apelido era Ramona, era um Homem simples, do Povo, que acreditava e trabalhava para o Povo, amigo do amigo e de grande coração. Ele foi uma luz que iluminou e guiou as gentes do Monte e arredores.
Diz a sabedoria antiga que “partem cedo aqueles que os deuses amam” e José Armando partiu muito cedo. Faleceu há 15 anos, no dia 16 de Junho de 2001 com 44 anos idade, mas não foi esquecido. Por tudo isto que descrevi e muito mais, José Armando foi alvo de uma merecida homenagem a título póstumo.
No 1.º de Maio de 2013, o Município da Madalena descerrou uma placa, dando o nome de José Armando Fonte de Sousa ao Jardim Municipal do Monte.
Um forte abraço José “Ramona”, onde quer que estejas...
Mário JC Laranjo
“Minha Ilha”
Querida ilha pelo Sol tisnada,
Ilha morena, oásis no mundo,
Pérola do Oceano encantada,
Te dedico eu um amor profundo.
No pego do Atlântico erguida,
Ilha de lava, de velhos vulcões,
Ilha lembrada, ilha esquecida,
Ilha de hospitaleiros corações.
Surgiste linda nas rotas do infante,
Com teu manto de granizo brilhante,
À luz do Sol, romântica e dourada.
Não há no mundo outra maravilha,
Nem beleza como a da minha ilha,
Meu berço, minha terra adorada.
segunda-feira, 13 de junho de 2016
CURATO DO MONTE - 10.º ANIVERSÁRIO...
Artigo publicado no “Jornal do Pico” a 30-12-2016 e no jornal “Ilha Maior” a 06-01-2017
Caros leitores, gostaria deste modo lembrar um acontecimento que completou este ano o seu 10.º aniversário.
Por Decreto Episcopal, datado de 13 de Junho de 2006 (dia de Santo António), D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra e Ilhas dos Açores, autorizou a elevação a Curato da Comunidade de Santo António do Monte, da Paróquia de Nossa Senhora das Candeias, Ouvidoria do Pico.
No dia 19 de Julho de 2006, aquando da celebração da missa dominical na igreja do Monte, foi lido e explanado à comunidade o Decreto da elevação, cujo pequeno extracto se transcreve:
“Hei por bem atender o pedido formulado pelo Pároco-Moderador da Paróquia de Nossa Senhora das Candeias, Ouvidoria da Madalena, Ilha do Pico, com o parecer favorável dos Conselho Pastoral e Económico da mesma Paróquia, bem como da Mesa da Irmandade de Santo António do Monte, no sentido de elevar a Curato, nos termos da Diocese de Angra, a comunidade de Santo António do Monte, com o centro de culto na Ermida com o mesmo nome.
O Curato de Santo António do Monte, inserido na freguesia da Candelária, concelho da Madalena, ilha do Pico, confronta a Norte com o Caminho do Pé do Monte, a Sul com a Canada da Mata, a Este com a Serra das Velhas e a Oeste com o mar.
Com esta decisão, entendemos dar configuração canónica e reconhecimento eclesiástico, com todos os direitos e deveres inerentes, a uma comunidade viva e dinâmica, que funciona já há muito com grande autonomia e sucesso. Esperamos e recomendamos que a sua elevação a Curato constitua uma etapa de ulterior crescimento e integração na realidade eclesial, de que faz parte: Paróquia, Ouvidoria e Diocese.”
Esta condição de Curato confere ao Monte duas perspectivas distintas, mas relacionadas entre si, que são o ofício eclesiástico e a divisão administrativa.
A nível do ofício eclesiástico houve a criação do cargo, outrora exercido noutras comunidades por um Presbítero designado por Cura, sendo presentemente designado por Vigário Paroquial.
Em termos de divisão administrativa o Monte torna-se um núcleo populacional distinto de uma paróquia, que pelo número significativo de fiéis e por se encontrar distante da igreja paroquial, para a maior comodidade espiritual e sacramental dos fiéis, foi em tempos construída uma igreja, sob a iniciativa do próprio povo e Irmandade, provido de um Vigário Paroquial próprio sob a jurisdição do Pároco.
A este tipo de comunidades chamam-se também de quase-paróquia, ou seja, o Monte é uma comunidade de fiéis, confiada a um sacerdote como pastor próprio, mas que devido a circunstâncias peculiares, não foi ainda erecta em paróquia (CDC - Cân. 516).
Por tudo isto, gostaria de dar os parabéns ao Povo do Monte, à Paróquia de Nossa Senhora das Candeias, à Ouvidoria do Pico, ao actual Pároco e Vigário Paroquial, Pe. Gaspar Pimentel, aos sacerdotes Pe. Marco Martinho, Pe. Zulmiro Sarmento e Pe. Marco Luciano que celebraram a missa da elevação do Monte a Curato, bem como aos demais Sacerdotes que exerceram o seu múnus sacerdotal no Curato do Monte.
Parabéns à Irmandade de Santo António do Monte e ao Presidente da Irmandade de então, Carlos António Castro e restantes Irmãos.
Parabéns ainda às zeladoras e zeladores da Igreja, ao Grupo Coral Litúrgico, aos Acólitos, Leitores, Ministros Extraordinários da Comunhão, Catequistas, fiéis e população em geral.
Parabéns Pico!...
Mário JC Laranjo
domingo, 5 de junho de 2016
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